Olá, como passaram de feriado? Muitas comidas, mangás, doces e etc? Uhul.
Bom, como prometido, hoje vim falar sobre um mangá pouco conhecido por aqui e possivelmente sem chances de se tornar um anime. Falar dele não é exatamente fácil, já que não há muito material ou imagens na internet que possam mostrar parte da obra da autora. Mas enfim, vou dar minha opinião sobre esse mangá que realmente me conquistou!
Yumemiru Taiyou – Dreamin’ Sun
Começando pelo ambiente e contexto em que se passa a história. Já que cansei de ler mangás shoujos que sempre se passam em ambiente escolar, mais precisamente no ensino médio, cuidando dos temas de primeiro amor e desilusões, traições e toda aquela história que a maioria já conhece. Raramente algum autor consegue me surpreender quando o assunto envolve esses elementos, principalmente porque eles tendem a sempre cair nos clichês. Posso contar nos dedos os poucos mangás que conseguem sair disso, mas enfim, Yumemiru Taiyou conseguiu sair por pouco dessa enrascada com algumas cenas que realmente me encantaram.
Mas vamos falar da história e dos personagens, certo, que é o que realmente importa.
Shimana Kameko, uma adolescente comum japonesa, mora com o pai, a madrasta e o pequeno irmão recém-nascido. Tem uma vida relativamente boa, estuda no ensino médio e morre de vontade de ter algo mais. Ela simplesmente acha essa vida insuportável! Sente a necessidade de sair dali, largar o irmão – embora uma graça – parece estar roubando a atenção de seu pai, e sua madrasta apesar de boa, não é a mesma coisa que sua mãe.
Em determinado dia, ela resolve fugir de casa, sem levar dinheiro ou ter qualquer plano de como sobreviver. Enquanto estava passeando no parque, pensado no que fez, ela acaba tropeçando em um estranho homem de quimono que estava simplesmente dormindo no chão! Não preciso dizer o que ela pensou que aquele homem seria – dentre pervertido e muitos outros adjetivos.
Este homem acaba se apresentando como Taiga. E devido a alguns acontecimentos, ele acaba oferecendo um lugar para que Shimana fique enquanto não quer voltar para casa, e ela animadíssima acaba por aceitar, não antes de perceber que deveria preencher 3 requisitos muitos importantes, mas o que posso dizer que o principal e o necessário parasse saber é: Ela tem que se apaixonar.Claro, levando em conta que estamos falando de um shoujo e cotidiano, nada mais justo de que isso se torne uma obrigação. Shimana após cumprir pelo menos as 2 obrigações iniciais, parte para o que parece ser uma pensão quase ao estilo de Love Hina, aonde moram dois rapazes belíssimos, batendo se frente com a beleza de Taiga – esqueci de mencionar que ele era um bishounen? He, he.
Os dois moradores da pequena pensão são Asahi e Zen, personagens com personalidades completamente oposta, mas que garantem igualmente muitas risadas no decorrer da história com suas atitudes e falas. Também não preciso dizer que isso certamente levará Shimana a certos locais e sensações que ela nunca havia experimentado, como o primeiro amor e a decepção.
Logo no começo do mangá, Shimana acaba se apaixonando pelo gentil Asahi, que além de ser um aluno excepcional – e um tanto excêntrico no campus escolar – é um grande cozinheiro, a mãe que ninguém tem na casa de Taiga. E esse é o começo interessante, já que todos imaginamos que esse mangá iria tratar apenas do amor dos personagens jovens e as tentativas de Shimana para ganha-lo. Mas o interessante é que essa história acaba abruptamente quando Shimana descobre que Asahi já tem uma pessoa importante – e que no decorrer do mangá, pelo menos até onde li, ganha excepcional importância para a história. Então vemos a garota desistindo.
Nesse ponto, já temos Zen – o outro morador - que é um pandaman, um viciado em pandas que em culpa é da autora que é apaixonada pelo animal, mas que o torna um personagem engraçadíssimo. Ele aos poucos se apaixona por Shimana por causa... bem, nem eu sei dizer, já que a personagem não é exatamente alguém profundo e com uma personalidade forte. Mas Zen não tem seus sentimentos correspondidos por Shimana, já que ela o vê apenas como um amigo e nada mais.
Chegamos na parte que eu realmente me interessei e fiquei presa. Sabia desse ponto desde o início em que peguei para ler a obra. Shimana se apaixona quase que em meros dias por Taiga! Um homem mais velho – se não me engano, ele tem 22-23 anos e ela 16. Não tenho certeza. Preciso confirmar isso ainda.
A paixão de Shimana por um homem mais velho não é exatamente bem vista por qualquer um e sabemos que no Japão isso também não é muito visto com bons olhos, aliás, existe muito preconceito com isso nos dias de hoje, não é mesmo?
A parte interessante é saber que Taiga não corresponde a Shimana por vários motivos, dentre eles, por ele ser um adulto e filho de uma pessoa muito importante. E também porque ele odeia mulheres, e coisas relacionadas a amor, possivelmente por causa de uma adolescência conturbada que é mostrada aos poucos no decorrer da história.
O que me intrigou nesse mangá é o termo ‘adulto’ que é constantemente trazido a tona, já que na maioria dos mangás, os adolescentes são sempre inconsequentes e nunca pensam no futuro. Mas nesse mangá, todos pensam no futuro, todos são obrigados a se lembrar que o ensino médio é apenas passageiro e que a vida adulta não vai ter a mesma diversão que a que eles possuem agora. Ponto para a autora!
E esse assunto é muito abordado tanto pelos personagens principais, quanto o secundários que embora apareçam pouco, são muito carismáticos e cheios de humor. Como o irmão de Zen, que é um pugilista.
A arte não é exatamente a mais bonita que já vi, mas cumpre seu papel sendo bem dosada, limpa e sem exageros shoujos. Gosto da maneira como desenham Shimana, mas as vezes me irrito com o traço dos homens que chega a ser muito parecido. É necessário algum tempo vendo os personagens para poder distingui-los no começo, Asahi e Taiga são um exemplo. A única coisa que difere nos dois é o cabelo e a altura, fora as roupas, mas quando temos a aproximação do rosto, me incomoda em o quanto são parecidos... mas isso talvez tenha uma explicação que infelizmente não posso dar. :)
E outro ponto negativo no mangá é a própria protagonista. Nunca vi em nenhum fórum, gente com tanta raiva de uma personagem principal como as pessoas têm da Shimana. A garota é simplesmente muito irritante em determinados pontos e absurdamente infantil, até mesmo para uma colegial. E o fato de se apaixonar e desapaixonar tão rápido como começou é um ponto fraco que nos faz pensar que seu amor por Taiga possa acabar da mesma maneira que começou. Gerando instabilidade e insegurança nos leitores. Mas isso é facilmente relevado com a presença de Zen que é um personagem divertido e muito bem construído, embora seja um pouco bobinho, mas isso não deixa de ser normal.
Taiga é um personagem que me encantou desde o começo. Misterioso, infeliz com a vida que leva, tem certa frustração, mas não demonstra esses sentimentos na frente das ‘crianças’, e nem sempre na frente de seus amigos ele consegue demonstrar. Seu próprio nome é um mistério, e pouco se sabe sobre seu passado e porque ele é tão amargo com o futuro e sobre a vida amorosa. Uma grande exceção a regra dos personagens – HOMENS – de shoujos que normalmente são playboys ou aqueles populares. Só aumenta mais minha alegria pela autora ter criado um personagem tão legal!
Mas enfim, no geral, recomendo muito o mangá Yumemiru Taiyou desenhado por Takano Ichigo. Um shoujo para se passar horas lendo e esperando por mais releases, e infelizmente, como se tornou um padrão para mim, não existe a oba traduzida para o português e não há previsão de publicação no Brasil, mas esse seria um mangá que eu compraria com a maior vontade. Existem scans e traduções para o inglês nos sites já conhecidos da galera, são vários e acho que não preciso citar. Só sinto pelos tradutores que por ter muito trabalho, quase não lançam capítulos.
Bom, é isso aí galera. Até a próxima, quando irei comentar... hm... vejamos... será que falo sobre Strobe Edge? Hmm...















